Dub FX - Live in the street 2007

terça-feira, 13 de outubro de 2009
Todo mundo já ouviu falar em beatbox, que é a reprodução de batidas eletrônicas de rap, drum 'n' bass, jungle, techno, etc, feitos com a boca. Nos últimos anos a arte de reproduzir essas batidas ganhou uma certa notoriedade, quando um artista destes chegou a final de um famoso reality show de calouros da música nos Estados Unidos.
Eu sempre achei o beatbox divertido, mas nunca levei muito a sério a parada. Até conhecer o Dub FX. Este artista conseguiu levar o beatbox a um outro nível, com o uso de sintetizadores, delays, entre outros efeitos, ele consegue não só reproduzir batidas já existentes, mas criar novas possibilidades dentro do beatbox. Além disso, Dub FX é um ótimo MC e Raggaman, cantando em suas próprias batidas. Dub FX costuma se apresentar nas ruas das grandes cidades européias, com todos os seus equipamentos e as vezes com apoio de outros músicos. O artista lançou em 2009 o disco "Everything a Ripple", que em breve estará aqui no Internacional Pesado, mas por enquanto fique com o "Live in the streets 2007" que são músicas selecionadas de suas apresentações ao vivo, mas com uma excelente qualidade e criatividade inquestionável. Dub Fx sem dúvida nenhuma é uma das maiores inovações na música "eletrônica" dos últimos anos.

Aproveitem!

Converge - Axe to Fall

segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Quem está antenado na cena punk/hardcore, com certeza já ouviu falar no Converge, uma das bandas mais influentes dos últimos 10 ou 15 anos. A banda surgiu em Boston, mais ou menos em 1991 e após alguns EPs, lançaram o primeiro disco cheio em 1994, intitulado "Halo in a Haystack". Passaram por algumas mudanças na formação, mas as duas principais mentes da banda, o vocalista e artista visual Jacob Bannon e o Guitarrista Kurt Ballou, sempre permaneceram juntos durante o processo de amadurecimento sonoro do quarteto, que atualmente conta com Nate Newton (baixo) e Ben Koller (bateria). Lançando discos incríveis no decorrer da carreira, como a obra prima "Jane Doe" o Converge, construiu sua sonoridade através da mistura do hardcore-punk com o metal extremo, aliando a técnica de um estilo à furia do outro, tudo dentro de uma atmosféra caótica e apocalíptica. Sem dúvida nenhuma, é uma das bandas mais inovadoras do Hardcore, com músicas intensas e agressivas, marcadas pelas linhas de guitarra hipercomplexas de Ballou e o vocal distorcido e caótico de Bannon. A preocupação músical também pode ser vista na parte visual, pois a banda lança discos cujas capas são dignas de serem penduradas na parede de qualquer galeria.
E finalmente após o ótimo disco de 2006, "No Heroes", eles voltam com mais uma paulada intitulada "Axe to Fall". A sonoridade lembra bastante a do disco anterior, onde Jacob arrisca uns vocais mais limpos e sem tantos efeitos de distorção, músicas hora velozes, hora arrastadas e muito peso! Com certeza o Converge é uma das minhas bandas favoritas (tenho até referência no corpo rs!) e eu não posso morrer sem vê-los ao vivo!

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Mos Def - The Ecstatic

quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Tá ai, o tão esperado quarto albúm solo de um dos melhores MC's que já viveram no planeta terra. Dante Smith, "The Boggie man" ou mais popularmente conhecido como Mos Def. Lembro a primeira vez em que ouvi ele rimar, juntamente com outra fera do microfone Talib Kweli, na dupla que eles formaram chamada Black Star. Já achei incrível as melodias que Mos Def criava nas linhas vocais, que se diferenciavam completamente do "flow" de outros MC's. Logo depois veio o primeiro albúm solo, "Black on both sides" que na minha modesta opinião é o disco que fecha os anos 90 com chave de ouro. Os dois discos seguintes, The New Danger (2004) e True Magic (2006) não me chamaram muito a atenção. Pensei: Será que o Mos Def já era?
Pergunta idiota, porque quando um cara tem talento uma hora ou outra ele sempre surpreende. E ai está a surpresa, The Ecstatic.
O disco é bom do começo ao fim, instrumentais trabalhadíssimos que flertam com o jazz e a soul music, tempos quebrados e criativos conduzidos por melodias e rimas matadoras. É o tipo de disco que te pega de primeira, você nem precisa se forçar a gostar. Destaco as músicas "No hay nada más" onde Mos arrisca um "spanenglish" e a que vem na sequencia, intitulada "Pistola" cujo refrão tem uma das melodias mais bonitas já feitas no Hip Hop.
Um puta disco, de um puta artista, que além de cantar e rimar com extrema qualidade, ainda é um ótimo ator.
Palmas para o Boggie Man!

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The Bellrays - Have a little faith

segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Em 1990 a vocalista Lisa Kekaula e o guitarrista Bob Vennum formaram o The Bellrays. Aproveitando o vozeirão quase Tina Tuner de Lisa, a dupla começou a carreira com uma sonoridade que se aproximava do R&B sessentista e mais tarde com a entrada do guitarrista Tony Fate, e a mudanã de Vennum para o baixo, a banda incorpou e modificou o seu som adicionando influências Punk-Rock ao vocal soul de Lisa Kekaula, uma coisa tipo som de Detroit, The Stooges, MC5, misturada ao swing de James Brown.
O que mais impressiona na banda, sem dúvida, é a voz da vocalista. Poderosa e com uma performance de palco enérgica, Lisa poderia facilmente ser eleita uma das musas atuais do rock & roll, colocando a hype vocalista do The Gossip no bolso. A primeira música deste disco, "Tell the lie" é uma paulada sonora, com um swing incrível, que faz qualquer um sair levantar da cadeira e sair andando. Com linhas de guitarra bem construídas e peso na medida certa, The Bellrays é a banda ideal para quem tem a alma do funk e a força do punk.

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The for carnation - The for carnation

terça-feira, 22 de setembro de 2009
Dificilmente eu posto algum disco que eu não conheça ou não tenha ouvido aqui, mas quando é uma camarada com bom gosto garantido que pede, como neste caso, é possível abrir uma exceção. Então, este disco é para o amigo santista Leonardo Marques.
The for carnation é uma banda de post-rock, formada em 1994 em Louisville, Kentucky. O único membro fixo da banda Brian McMahan, que também já tocou com Will Oldham, foi guitarrista do Slint e do Squirrel Bait. Esse disco foi lançado pelo selo Touch and Go records em 2000. A banda ainda inclui membros da consagrada banda de Chicago, Tortoise e também da banda Shipping News.


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Baby Huey - The Living Legend

domingo, 20 de setembro de 2009
Quase duzentos quilos de puro soul! Essa seria a melhor definição para o trabalho de Baby Huey.
Nascido em Richmond em 1944, Baby Huey tinha tudo para ter uma carreira musical promissora, dono de uma voz incrível e de uma presença de palco invejável, Huey foi também um dos primeiros a usar trajes extravagantes e psicodélicos dentro do cenário da "Black Music", antes mesmo de Sly. Começou a carreira tocando em clubes de Chicago na década de 60, e recebeu elogios de vários artistas, dentre eles Mick Jagger e Curtis Mayfield, este último foi o responsável pelo lançamento do único disco da carreira de Huey, que álias foi póstumo pois o artista morreu de ataque cardíaco antes do lançamento em 1970. A sonoridade deste disco raro de ser encontrado é um soul/funk com muito swing e viagens psicodélicas. A banda fazia jus ao talento de Huey, e uma de suas backing vocals (The Babysitters) era a então adolescente Chaka Khan, que mais tarde veio a se torna uma das divas da "Black Music". Segurem o peso sonoro de Baby Huey!

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Dan le sac vs. Scroobius pip - Angles

Combinando poesia, batidas eletrônicas, misturas a outras referências que vão do Punk à Motown. A dupla Dan le sac vs Scroobius pip, lançou em 2008 o seu primeiro disco completo, "Angles", após o lançamento de 3 EPs. A dupla se conheceu no colégio, mas só começaram a compor músicas juntos mais ou menos em 2006, quando David Meads (a.k.a Scroobius pip) levou algumas idéias de spoken word, para que Dan Stephens (a.k.a Dan le sac) pudesse remixar.
O som da dupla é definitivamente diferenciado, pois a viagem musical tem raízes no Hip Hop, mas as referência são inúmeras, o que transforma o disco em um trabalho extremamente original, com samplers surpreendentes e e letras inteligentíssimas. É complexo e ao mesmo tempo dançante, é político sem ser militante e com certeza vai agradar aqueles que gostam do experimentalismo inteligente e elegante, mas não dispensam uma boa festa.

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Zomby - Where Were U in 92?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Zomby é um produtor de música eletrônica londrino, cujo rosto nunca foi visto. Ninguém sabe realmente quem é o homem por trás da roupa ninja que geralmente ele sua em suas live performances. O som é o tipicamente londrino Dubstep. Estilo que surge em londres e se espalha rapidamente por toda a Inglaterra, principalmente através das raves e das rádios piratas. O Dubstep tem elementos do techno, drum and bass e dub. Alguns selos como Tempa, Tectonic, Hessle Audio, Immerse e Hyperdub, foram os pioneiros a se especializar no que eles chamam de U.K. Garage, que seria o Dubstep, que é geralmente instrumental e tem ênfase nos graves e efeitos com delay, e o Grime, que seria o co-irmão do Dubstep, mas se diferencia por estar mais próximo do Rap, tendo MC e Raggamen nos vocais, e uma sonoridade mais áspera e dura.
Atualmente tenho ouvido muito a "nova música" eletrônica que esta sendo produzida em londres, e espero que este disco sirva de aperitivo para vocês descobrirem uma sonoridade nova que com certeza ainda nos dará muitos bons frutos! Dub your head!

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The Jai-Alai Savant - Flight of the Bass Delegate

quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Desde o final da década de 70, início da década de 80, algumas banda envolvidas direta ou indiretamente com o movimento punk ou pós-punk, descobriram a música jamaicana e sentiram que ali havia uma fonte de inspiração e a oportunidade de um diálogo musical direto. Nesta onda embarcaram The Clash com seu "Sandinista!" em 1980, a banda The Ruts e a sua mistura de punk-rock e ska, e até mesmo a popular banda The Police. Todos de certa forma tem uma pitada jamaicana no seu som e é nesta mesma onda que mais de 20 anos mais tarde, o The Jai-Alai Savant embarca. Esse disco é o único da banda e foi lançado em 2007, mas antes dele há também 2 EPs, todos lançados pelo selo do guitarrista malucão do The Mars Volta; Omar Rodriguez, Gold Standart Labs. É abertamente uma mistura de indie rock e dub, com músicas extremamente energéticas. Músicas para trepidar o chão e fazer dançar, com naipes de metais, delays, reverbs e guitarras psicodélicas. Com certeza o The Jai-Alai Savant agradará tanto os rockeiros moderninhos, quanto os Dubheads de plantão, vale muito a pena ouvir de preferência bem alto!!!

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Baroness - Blue Record

terça-feira, 15 de setembro de 2009
O Baroness é uma daquelas bandas que fazem de forma perfeita e concisa, a mistura entre música pesada e psicodelia. Com músicas arrastadas, no melhor estilo Southern-Sludge, o Baroness lança em 2009 o seu sétimo disco, agora pelo já consagrado selo de música pesada Relapse Records. Neste disco podemos perceber claramente a evolução da banda, com guitarras cada vez mais trabalhadas e que muitas vezes remetem ao post-punk ou indie-rock mais cabeçudo, o que começa a diferenciar a banda de outras já consagradas no estilo, como Isis, Mastodon, Neurosis e Cult of Luna. "Blue Record" é um albúm feroz, que não tem medo de ser belo, pois a cada música podemos ouvir passagens belíssimas que formam paisagens oníricas muito interessantes. Um disco para quem gosta de música pesada, mas mantém a mente e os ouvidos abertos para o novo e o belo.

Aproveitem!

PS: Post em homenagem à Patricia Martinelli, a musa do metal!

Ammoncontact - With Voices

segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Ammoncontact é o projeto de dois produtores musicais, Carlos Niño e Fabian Ammon Alston, nativos de Los Angeles, começaram a trabalhar juntos em 2001 lançando a coletânea "Dublab presents: Freeways". Fazem parte de uma cena musical que vem crescendo nos últimos anos, que alguns chamam de Left-Field Hip Hop, que dá mais ênfase aos beats produzidos e muitas vezes se localiza na linha tênue que separa o rap da música eletrônica. A procura pela batida perfeita, se sobressai a rima, que muitas vezes nem existe.
Neste disco de 2006 você vai encontrar músicas atmosféricas e reflexivas que beiram o trip-hop, e em outros momentos toda a crueza das batidas mais duras do Rap. O que mais se destaca, é que pela primeira vez a dupla contou com colaborações como Daedelus, Abstract Rude, Lil Sci, entre outros. A dupla habilmente se adapta aos diferentes estilos de seus colaboradores, seja no baixo marcado do quase spoken word "A zillion tambourines" ou no rap mais tradicional de "Drum Riders", tudo é feito com extrema sofisticação. Para aqueles que reclamam da falta de experimentalismo e inovação no Hip Hop, ai está a prova que vocês estão enganados!

Aproveitem!

HUM - Downward is heavenward

domingo, 13 de setembro de 2009
Após um hiato de alguns meses, resolvi reativar o Internacional Pesado.

O primeiro post na volta do blog, é também um post que marca a minha contraposição a essa onda oitentista, que vem crescendo cada vez mais dentro da cultura jovem que move esta cidade.
Alguém ai se lembra do anos 90? Calças jeans rasgadas, camisas xadrez de flanela, e bandas tocando guitarra como se deve...fazendo barulho!
O HUM é uma banda de Illinois, formada em 1989 e que lançou apenas 3 discos. Infelizmente!!!
É uma daquelas bandas que nunca conseguiram receber a atenção merecida por parte do público, mesmo tendo excursionado com grandes nomes dos anos 90 como Smashing Pumpkins, The Jesus Lizard, Shellac, entre outros.
Neste disco você ouvirá um misto de guitarras mais pesadas e dissonantes, juntamente com melodias bonitas e introspectivas. As vezes o HUM nos remete a bandas como Helmet e Quicksand, as vezes My Blood Valentine, mas isso não significa que o HUM é uma cópia destas bandas, a originalidade se mantém a cada canção. Definitivamente um disco para você que viveu os anos 90!

Aproveite!

ISIS - Wavering Radiant

sexta-feira, 3 de abril de 2009
Finalmente saiu o disco novo de uma das bandas mais interessantes da dos últimos 10 anos!
No início da banda, muitas vezes eles foram acusados de ser uma cópia da consagrada banda de metal experimental Neurosis, mas com o passar do tempo e o amadurecimento dos músicos o Isis construiu uma sonoridade própria, usando o peso do metal misturado com climas e texturas oníricas e melodias marcantes.
Não irei me alongar nos comentários a respeito deste novo disco, pois acabei de baixá-lo e o ouvi apenas uma vez, o que não é tempo suficiente para digerir uma banda tão complexa, sútil e ao mesmo tempo devastadora como o Isis, então espero que vocês baixem o disco e me digam o que acharam!

Aproveitem!

June of 44 - Tropics and Meridians

terça-feira, 17 de março de 2009
June of 44 surge em meados da década de 90 na cidade de Louisville, onde surgiu também uma de suas maiores influências que foi a banda Slint. O June of 44 é uma banda do que podemos chamar de math-rock, ou seja, um rock instrumental mais elaborado e com compassos quebrados que fogem a obviedade do 4 por 4 do rock tradicional. As músicas são muito mais dinâmicas e groovadas, e ao mesmo tempo compostas por guitarras dissonantes e densas. Não é uma música de fácil assimilação, é preciso acostumar os ouvidos a ouvir e a prestar atenção nas composições.
Este disco é o segundo da carreira da banda que acabou em 2000, e contém apenas 6 músicas. Cerca de 36 minutos, mas que serão os minutos mais intrigantes de suas vidas!

Track list:

1- Anisette
2- Lusitania
3- Lawn Bowler
4- June Leaf
5- Arms over Arteries
6- Sanctioned in a Birdcage

Aproveitem, mas é torrent!

Saul Williams - Saul Williams

quinta-feira, 12 de março de 2009
Se estabeleceu no cenário artístico norte-americano como poeta, e fazia principalmente apresentações de spoken word. Também fez alguns trabalhos como ator e roteirista. Mas sua aparição triunfante se deu como MC, mas primeiramente sem usar rimas como outros fazem, mas sim, musicando as suas poesias spoken word. Saul Williams tem como principal tema de suas canções o questionamento: "como é ser negro nos Estados Unidos?" Com críticas pertinentes, um flow mais melódico do que rimado e com músicas intensas e atmosféricas, Saul já trabalhou com KRS-ONE, Rick Rubin, Zack de la Rocha e atualmente seu último albúm "The inevitable rise and liberations of Niggy Tardust", no qual ele incorpora um personagem negro (David Bowie do gueto) e conta um pouco da vida deste, que se confunde com a vida do próprio Saul Williams, foi produzido por Trent Reznor do Nine Inch Nails.
Neste disco postado que é de 2004, o destaque são as músicas: "List of Demands", "Black Stacey" e "Surrender (a second think)". É essencial acompanhar as letras do poeta e prestar atenção nas sacadas super inteligentes.

Aproveitem!

Tool - Lateralus

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


Tracklist:


  1. "The Grudge" – 8:36
  2. "Eon Blue Apocalypse" – 1:04
  3. "The Patient" – 7:13
  4. "Mantra" – 1:12
  5. "Schism" – 6:47
  6. "Parabol" – 3:04
  7. "Parabola" – 6:03
  8. "Ticks & Leeches" – 8:10
  9. "Lateralus" – 9:24
  10. "Disposition" – 4:46
  11. "Reflection" – 11:07
  12. "Triad" – 8:46
  13. "Faaip de Oiad" – 2:39

Lateralus é o terceiro disco desta banda americana, e foi lançado em 2001. Comentar sobre o Tool é uma árdua tarefa: a maneira como a banda compõe as faixas, baseadas em ritmos quase tribalizados de baixo e bateria formam uma identidade musical muito própria, que junto do falso "nonsense" das letras (permeadas por referências místicas e literárias) formam um conjunto que beira o hipnótico. O projeto gráfico de Alex Grey fecha o pacote, e forma uma unidade no mínimo bizarra com as musicas, onde sucessivas ilustrações feitas em capas de acrílico se sobrepõem no encarte (e também com o próprio cd, que tem o sugestivo formato de uma serra) e formam um mosaico infindável de interconexões de interpretações sobre os possiveis significados das faixas. É um disco para se ouvir de um fôlego só, sem pular nenhuma faixa. Certa vez, li em algum lugar que a trinca "Disposition", "Reflection" e "Triad" seriam as obras mais complexas e completas do rock desde o lado A do Ummagumma do Pink Floyd: concordo com a afirmação. A complexidade e peso das composições não tem paralelo recente.
Não há muito o que comentar sobre a banda, ou sobre o album, apenas que Lateralus é, na minha opinião, o disco de rock mais importante desta década, da melhor banda da atualidade. Uma viagem musical inesquecível.

Aproveitem!

Black Market Baby - Senseless Offerings

sábado, 21 de fevereiro de 2009


Banda quase desconhecida por aqui, da primeira geração do punk em D.C.. Durante sua primeira fase [1979-1988] a banda teve relativa influência sobre a cena local, dividindo o palco com S.O.A, Minor Threat, Government Issue e um split com o Bad Brains. A banda voltou em 1993 tocando e graqvando ocasionalmente até decidirem terminar denovo em 1998. Aos que gostam de bandas como Sham 69, Naked Raygun e Angelic Upstarts, fica a dica.


Aproveitem!

Oceansize - Frames

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Tracklist:
  1. "Commemorative 9/11 T-Shirt" – 8:37
  2. "Unfamiliar" – 6:32
  3. "Trail of Fire" – 8:06
  4. "Savant" – 8:06
  5. "Only Twin" – 7:22
  6. "An Old Friend of the Christys" – 10:19
  7. "Sleeping Dogs and Dead Lions" – 6:42
  8. "The Frame" – 10:40

Este é último disco lançado pelos ingleses do Oceansize, intitulado Frames, de 2007. Com composições que variam de melancólicas e liricamente belas, a explosões de guitarras e distorções, o Oceansize faz uma mistura madura e muito bem acertada das vertentes mais interessantes do que há de melhor no heavy metal atual, sem perder o bom gosto e a classe. Destaques para as faixas "Commemorative 9/11 T-Shirt" e "Voorhees": simplesmente fantásticas.

Caminhando entre um heavy metal extremamente agressivo e o rock progressivo, sem deixar de lado a melodia e a atmosfera, o Oceansize é uma das bandas mais interessantes da atualidade. Rock e heavy metal adultos (AOHM!?), como deve ser. Bolachinha imperdível, para ouvir e viajar.

Aproveitem!

Suicide - Suicide



  1. "Ghost Rider" - 2:34
  2. "Rocket USA" - 4:16
  3. "Cheree" - 3:42
  4. "Johnny" - 2:10
  5. "Girl" - 4:05
  6. "Frankie Teardrop" - 10:26
  7. "Che" - 4:52
  8. "Cheree (Remix)" - 3:47
  9. "I Remember" - 3:11
  10. "Keep Your Dreams" - 4:48
O Suicide surgiu da cena No Wave norte americana e lançou seu álbum de estréia auto intitulado no ano de 1977. Ao ouvir a bolachinha hoje, mais de trinta anos depois de seu lançamento, é incrível perceber a atualidade do som do Suicide, e o porque de sua importância na cena Punk Rock do fim dos 70.
O primeiro impacto está no uso minimalista que Martin Rev faz dos recursos eletrônicos: as musicas são compostas apenas em riffs de sequências criadas por teclados e sintetizadores sobrepostos, criando uma atmosfera densa e perturbadora; pincelada pelos vocais agudos de Alan Vega. Partindo de preceitos da liberdade e constante renovação da cena punk de fim dos anos 70 para a criação de experimentos musicais completamente novos, o Suicide criava uma aura de absurdo em cima das suas apresentações, devido ao caráter agressivo que Rev e Vega impunham na relação banda/ público. Não raro, a banda era atacada no palco e seus shows fatalmente acabavam em quebradeira devido a pouca ortodoxia das apresentações. Destaque para a faixa Frank Teardrop, que pode facilmente ser colocada como um dos momentos mais perturbadores e angustiantes da música moderna. Um clássico indispensável e pouco comentado.


aproveitem!

Immortal Technique - Revolutionary - Vol.2

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Nascido em um hospital militar no Peru em 1978, Immortal Technique (Felipe Coronel) mudou-se para o Harlem com os pais quando tinha 2 anos de idade. Começou a se envolver com a cultura Hip-Hop aos 9 anos e na adolescência era o que podemos chamar de "garoto problema" e mesmo sendo aceito na Penn State University, Tech acabou sendo preso e cumpriu pena de um ano. O que para muitos seria apenas uma fase negativa da vida, para Immortal Technique serviu como um grande aprendizado, pois foi na prisão que ele começou a estudar sobre a imigração de latinos para os Estados Unidos da América e também as biografias e ideias de grandes revolucionários como Ernesto "Che" Guevara, Malcolm X, Símon Bolivar, etc. E foram estes estudos que o incentivaram a escrever e encarar o Hip-Hop de uma forma política.
Com uma habilidade incrível com as palavras, estilo agressivo e rimas provocativas, como por exemplo:

"They say the rebels in Iraq still fight for Saddam
But that's bullshit, I'll show you why it's totally wrong
Cuz if another country invaded the hood tonight
It'd be warfare through Harlem, and Washington Heights
I wouldn't be fightin' for Bush or White America's dream
I'd be fightin' for my people's survival and self-esteem"

Este disco é o segundo da discografia de Tech e na minha opinião é um dos mais maduro e bem produzidos. É ideal que se ouça esse disco acompanhando as letras (Se você fala inglês é claro) para entender as sacadas na acidez das rimas de Immortal Technique.

Aproveitem!

Danava [2006] Danava

domingo, 8 de fevereiro de 2009


Seguindo a onda de meu ultimo post, mando mais um album na linha de som de onde o Graveyard tanto bebe. Mas não espere desta vez aquela melodia facilmente perceptivel no hard-rock do Graveyard, pois o Danava estaria muito mais próximo de um Obelix lissérgico jogando Galaga às 6 da manhã. Este é o album de estréia da banda, nativa de Portland, Oregon, cujo set difere pouco da demo que lançaram em 2005

Myspace

Danava[2006]Danava

Kayo Dot

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Kayo Dot abrange uma gama muito rica de subgêneros, atmosferas e estruturas em sua composição, que vão desde a música erudita do século XX à la Stravinsky e Penderecki a grupos como Neurosis , Godflesh, Sigur Rós, Pink Floyd,regada ainda a toques de psicodelia e jazz, formando os ingredientes necessários para a sua alquimia sonora densa, hermética e por muitas vezes melancólica que constitui as suas músicas. Estou postando o mais recente o Blue Lambency Downward ,pois na minha humildade opinão e o melhor
o do ano passado.

http://rapidshare.com/files/194934376/Kayo_Dot-Blue_Lambency_Downward.rar.html


Carlos Dafé - Pra que vou recordar

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Para aqueles que dizem que eu não gosto de música brasileira, está ai a resposta!
Esse é o primeiro disco de um dos mais influentes e importantes cantores da soul-music brasileira, ao lado de Tim Maia e Cassiano. O carioca Carlos Dafé iniciou sua carreira musical como crooner e a partir daí aperfeiçoou sua técnica vocal e se aventurou pelas praias da black music. sua formação musical se deu através de seu pai que o introduziu nos meandros do samba, do choro e de toda a malandragem carioca.
Para aqueles que acham que a soul-music brasileira começa e termina em Tim Maia, esta é uma ótima oportunidade de ouvir um dos reis dos bailes blacks dos anos 70 no Brasil. Let's get funk!

Aproveitem!

The Drift - Memory Drawings

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Este é o quinto disco desta proeminente banda de ambient rock/ jazz, e foi lançado em abril de 2008 pelo selo Temporary Residence, famoso por colocar no mercado bolachinhas de grandes bandas atuais da cena independente norte americana. Sem sombra de dúvida, foi o melhor lançamento que ouvi no ano passado. Formada em São Francisco, a banda conta hoje com seu line-up formado por Rich Douthit, Danny Grody, Jeff Jacobs e Safa Shokrai. Construindo melodiosas e interessantes passagens melancólicas e atmosféricas, o The Drift não se torna por um segundo tedioso ou por demais pretensioso. Memory Drawings foi inteiramente gravado com recursos vintage pelo produtor Jay Pelicci, o que lhe configura uma aura mítica dos grandes discos de jazz dos anos 50 e 60. O que temos aqui é uma musicalidade bastante limpa e emotiva, mas que sempre acerta em colocar notas nos lugares corretos e valorizar as estruturas melódicas criadas pelo seu inusitado leque de texturas e tonalidades, com especial atenção ao trompete de Douthit. O mais interessante na bolachinha (ou no vinil) é a singular incursão de passagens jazzy compondo interlúdios entre os harmônicos de guitarras. De uma beleza e melancolia impares. Tudo muito bem estruturado e de bom gosto. Para ouvir e viciar.

Graveyard - Graveyard


Album de estréia da banda stoner sueca que tem como influências diretas Black Sabbath, Led Zeppelin, alguma coisas de Blue Cheer e hard rock da década de setenta. Definitivamente algo novo a ser ouvido se você gosta dessas bandas.

Graveyard [2007] graveyard

Medeski, Martin & Wood - Radiolarians I

Se procurarmos por nomes relevantes para a nossa geração em termos de Jazz, com certeza entre estes nomes estaráam os de Medeski, Martin & Wood. Genialidade é pouco quando se trata deste trio que consegue misturar estruturas complexas de improvisação, ao groove fácil e acessível do Soul-Jazz. Utilizando elementos eletrônicos e muito bom gosto nas composições, o trio está na ativa desde 1992 e já passou pelo Brasil (Quem teve a oportunidade de vê-los no Sesc Vila Mariana, eu sei que não se arrependeu). Neste disco MM & W fazem uma experimentação interessante, invertendo a lógica da música comercial. Todos nós quando vamos à um show, queremos ouvir as nossas canções preferidas já gravadas, para podermos cantar, dançar e sacudir. Mas aqui não! O Padrão compor - gravar - tocar ao vivo é deixado de lado. Neste disco o trio toca diretamente para a platéia para perceber como esta reage e o resultado desta reação se consolida no projeto Radiolarians I, II, III. É compor - tocar - pra só depois gravar o que já está sendo tocado. Inclusive o Radiolarians II foi experimentado aqui em São Paulo.

Aproveitem!


Gastr del Sol - Upgrade & Afterlife

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Com membros de bandas já consagradas no que podemos chamar de Avant-Garde Rock, como por exemplo David Grubbs (Slint), John McEntire (Tortoise / The sea and the cake), Jim O' Rourke que colaborou em alguns discos do Sonic Youth e Bundy K. Brown membro fundador do Tortoise e uma referência em termos de produção musical para muitas bandas da cena Avant-Garde de Chicago. O Gastr del Sol é uma banda com um sinal de menos e um ponto de interrogação. A complexidade de suas canções faz com que muitos ouvidos não muito acostumados com texturas musicais intimistas e minimalistas, desistam a primeira ouvida. O vazio caracteriza a banda. Minutos de silêncio (o que inevitavelmente nos remete a obra 4'33 de John Cage) ou apenas dedilhados de violão ou notas dispersas no piano, criam o clima ideal para as explosões de ruídos que emergem entre uma canção e outra. Mas do que experimental, o Gastr del Sol é uma banda original e intrigante. Música para poucos!

Link para baixar: http://www.mediafire.com/?hmthupozt2m

Ulver - Shadows of The Sun

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O que dizer do Ulver? Depois do excelente Blood Inside de 2005, Kristoffer Rygg, Jorn Svaeren e Tore Ylwizaker retomaram os trabalhos e lançaram esta pérola em 2007. Em Blood Inside, o Ulver já havia demonstrado seu rompimento com o Black Metal de antigamente e fincava os pés em uma sonoridade muito mais atmosférica e sombria. Porém, em Shadows of The Sun, o Ulver praticamente sepulta o disco anterior, e se reinventa novamente, atingindo um nível de maturidade emocional em suas composições que facilmente os colocam como um dos grupos experimentais mais interessantes da atualidade. A sonoridade muito mais orgânica, limpa e (porque não?) sublime do álbum é capaz de nos transportar para além da imaginação: ouvindo com fone, praticamente ficamos absortos com as imagens sonoras oníricas que explodem nos ouvidos. A bolachinha ainda trás algumas surpresas: o cover de “Solitude”, do Black Sabbath, a utilização do teremin em duas faixas, e o mais de um minuto de absoluto silencio em “What Happened?”. Um clássico moderno.

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Guapo - Elixirs

sábado, 24 de janeiro de 2009

Bélissimo lançamento da Neurot Records desta excelente e prolífica banda inglesa, formada por Dave Smith, Daniel O'Sullivan e Kavus Torabi, que já participaram de diversos projetos da música de vanguarda, como o Sunn O))) e AEthenor. Aqui, o estilo é aquele que ficou conhecido como Post-Rock, mas na verdade, trata-se de uma banda madura e difícil de rotular. Com passagens que vão do Jazz Fusion até a música de vanguarda, passando por nuances dos primórdios do King Crimson, o ingleses do Guapo nos apresentam um belíssimo trabalho. Este álbum fecha a trilogia composta por Five Suns, de 2004 e Black Oni de 2005 de forma magistral.

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Denali - Denali

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Não tem como ouvir Denali sem pensar nem que seja por um instante em Portishead. Mas isso não significa que a banda de Maura Davis seja uma mera cópia da banda de Beth Gibbons, muito pelo contrário. Nas primeiras músicas do disco já é possível notar a personalidade da banda, que trânsita mais pela esfera do indie rock do que do trip-hop. A suavidade da voz de Maura Davis, juntamente com as melodias melacólicas, fazem da banda uma ótima trilha sonora para dias em que nada parece dar certo.

Four Tet - Rounds

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Variando entre o orgânico e o eletrônico, o Four Tet é uma banda de um homem só, complexa e hipnótica, que trabalha com a idéia de texturas musicais, ou música visual, geralmente associada com com o Post-Rock e o IDM. Este disco é um registro Lo-Fi em que podemos encontrar o groove eletrônico misturado ao minimalismo das melodias oníricas e atmosféricas. Para os fãs de música eletrônica que foge ao senso comum dos hits de pista, este é um prato cheio.

Link para baixar: http://www.megaupload.com/pt/?d=4IICQ2MI


Lali Puna - Scary World Theory

Após o término de sua banda L.B. Page em 1998, a vocalista Valerie Trebeljahr forma na alemanha o grupo experimetal electro pop Lali Puna. No ínicio Lali Puna iria ser um projeto solo da artista, mas com o tempo outros músicos abraçaram a idéia de construir músicas que tivessem o apelo pop, mas sem a obviedade do que circula no mass media da música. Lali Puna é música pop e ao mesmo tempo carrega a melancolia dos dias frios europeus. Neste disco de 2001 há uma música cujo nome é "Contratempo", onde a vocalista arrisca algumas frase em português.

Link para baixar:
http://rapidshare.com/files/41456883/Scary_World_Theory.zip.html